Por que as classes especiais não são adequadas?



Atualmente as classes especiais estão entrando em extinção. As escolas, tanto públicas quanto particulares, tem se adaptado ao sistema de escolas inclusivistas e o fim de classes especiais é o objeto.

Mas por que acabar com as classes especiais?
Muitas vezes ouvi de profissionais que uma determinada criança aprenderia melhor numa classe especial, pois na sala regular ela só está sofrendo e não está aprendendo.
Mas será que é por este ângulo que devemos observar?
Sabemos que nós, brasileiros, estamos despreparados para receber inclusões dentro das salas, e isso acontece por diversos motivos, como:
- Excesso de alunos nas classes;
- Profissionais com pouca instrução para trabalhar com esses alunos;
- Falta de especialistas envolvidos e muitas outras razões.
E isso se evidência tão fortemente, que países que estão muito mais a frente sobre o assunto têm atingido níveis muito mais altos do que nós.

E agora cabe outra pergunta. Já que estamos tão atrasados, então por que ainda insistir nessa proposta inclusivista?

Bom, hoje estava lendo o livro “Inclusão, um guia para educadores” de Susan Stainback e William Stainback e eles assinalaram um ponto que achei importantíssimo estar repassando a vocês, só não sabia as palavras certas para colocar isso ainda, mas a resposta é um tanto obvia.
Por exemplo, se criarmos uma criança dentro de casa, somente com a convivência com seus pais e familiares. Sabemos que o repertório social de uma criança assim será mínimo, e o dia que ela for adulta e resolver buscar por um emprego, passará por dificuldades por falta de desenvolvimento social.
O mesmo irá acontecer com a criança que for de uma classe especial, a convivência que ela terá será limitada e talvez com poucos ou pobres estímulos.

Sabemos que a proposta da classe especial é de ser temporária. Mas na maioria dos casos, é realmente isso que acontece?

Outra ponto, é que alguns alunos são retirados das classes para aprender melhor, para receber explicações sobre melhores sobre os conteúdos. Realmente, em muitos momentos não tem muito que se fazer. Entretanto, tomar esta atitude requer certos cuidados. Um escola inclusivista não se trata de uma escola que aceita alunos que ainda são determinados diferentes, mas numa capaz de proporcionar um ambiente que propicie o desenvolvimento de todos alunos. Sei que lendo isso parece um tanto utópico, mas este é o objetivo e acredito que podemos chegar lá sim.
Devemos lembrar que estamos numa sociedade em que os hiperativos estão se reproduzindo em grandes proporções. Sei que ter um filho hiperativo não é fácil, mas a ritalina é a solução? Qual é a visão certa, a estadunidense( pró- medicamentalização e psicoterapia comportamental) ou a européia ( que busca a psicoterapia e exercitar o bom sistema educativo em primeira instancia) ? Citei o exemplo dos hiperativos porque se na educação não conseguimos conviver com a agitação deles, por necessitarem de mais atenção, então imagine uma criança com um quadro mais grave?

Não é fácil trabalhar numa sala heterogênea de muitos alunos, mas esses não são os únicos motivos da falta de sucesso com alguns alunos. Muitos autores referem-se a um repensar sobre a forma de se educar, não só por parte dos professores, mas também dos outros profissionais envolvidos. E complemento, também é dos pais. Afinal, no meu ponto de vista, ter um filho especial faz os pais se desenvolverem em muitos aspectos, faz esses pais avançarem na compreensão que muitas pessoas levam uma vida inteira para adquirirem.

- A persistência;
- O respeito;
- O olhar e a busca por compreender o filho muito de perto;
- O cuidado e o dar autonomia;
- E a perseverança.

E são justamente isso que tem que ser levado à sociedade, esses valores. Ter uma criança especial numa sala de aula é uma honra para seus colegas e professores.







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