Como trabalhar com educação especial dentro da sala regular?
Muitos profissionais que se deparam com um aluno com alguma dificuldade maior dentro de sala, que para algumas escolas ainda são chamados como alunos de inclusão, questionam-se em como trabalhar com eles.
Quatrin e Pivetta(2008) fazem uma comparação entre o desejo idealizado e
a realidade prática da realização da inclusão. Nos resultados desse estudo,
observou-se que há uma grande lacuna entre estes dois pontos. Os professores
sabem claramente o que é inclusão e sabem explicar perfeitamente o que se
espera dela. Muitos demonstram um grande desejo de conseguir ajudar esses
alunos. E contrapondo-se a isso, está a prática. Nela, os professores
demonstraram estar desmotivados com a possibilidade da inclusão e sentem-se
frustrados. Eles percebem que estão despreparados e sentem-se sem apoio de seus
superiores.
A partir deste tema, encontrei na literatura de Stainback e Stainback
(1999) um bom guia para auxiliar os professores. Tomo a liberdade para colocar
aqui algumas técnicas exposta pelos autores.
-MAPs ( O’ Brien & Forest, 1989): uma maneira de envolver alunos,
pais e professores no desenvolvimento e entendimento compartilhado do aluno e
de uma visão comum do que esse aluno, como um aprendiz ativo que desfruta de
benefícios de membro da sala de aula, contribui com seu potencial para o desenvolvimento
de outros colegas.
-CPS (Creative Problem Solving – Resolução Criativa de Problemas) (Giangreco,
Cloninger, Dennis. & Edelman, 1994): uma abordagem sistemática para a
resolução criativa de problemas que penetra a imaginação dos alunos e dos professores,
orquestrando os pensamentos divergentes e convergentes para especificar 1) objetivos,
2) fatos importantes, 3) definição efetiva dos problemas, 4) ideias potenciais
para soluções e 6) aceitação de um plano de ação.
- Histórias dos alunos e dos membros do grupo ( Ferguson, 1994): uma
maneira de guiar a reflexão e a aprendizagem sobre a maneira pelas quais os grupos
de alunos criam definições compartilhadas, que incorporam os alunos com
deficiências e as maneiras pelas quais os grupos de alunos incluem um ao outro
na atividade compartilhada.
PATH ( Pearpoint, O’ Brien, & Forest, 1993): uma maneira de
organizar as pessoas com pontos de vista e potenciais diferentes para buscar
padrões explícitos e programados de ação compartilhada que possam guiá-los a
uma visão compartilhada de valores comuns.
Aprendizagem cooperativa (Johnson & Johnson. 1994; Sapon-Shevin,
Ayres, & Duncan, 1994); estruturas 1) desempenho independente nas tarefas
curriculares comuns, 2) responsabilidade individual pela realização dos
objetivos didáticos e responsabilidade pessoal de contribuir para a eficiência
do grupo, 3) cooperação face a face intencional a pequenos grupos, 4)
desenvolvimento sistemático de habilidades interpessoais e de grupo, e 5)
melhoria contínua do funcionamento do
grupo de aprendizagem através da avaliação sistemática.
Círculo de amigos (Pearpoint & Forest, 1993): uma maneira de
despertar e de manter as expressões das pessoas, de seu cuidado umas com as
outras, através do intercâmbio de ajudas práticas , resolução de problemas,
conselhos e apoio pessoal nas atividades cotidianas de interesse dos membros do
círculo.
Aprendizagem do parceiro ( Thousand, Villa & Nevin, 1994): estrutura
as parcerias entre os alunos nas quais
um aluno exerce a responsabilidade de ajudar a aprendizagem de outro, através
de treinamento de uma aprendizagem acadêmica, trabalho como monitor,
participação nas atividades da escola ou mediação na resolução de conflitos.
Facilitadores de inclusão (Tashie et
al., 1993): redefine a tarefa do professor de educação especial como um
colaborador de todos os professores, provedores de serviços relacionados e
pais, com a missão de “facilitar, se necessário, a inclusão total dos alunos
com deficiência como aprendizes ativos e participantes em turmas regulares
adequadas à idade e nas escolas do bairro”.
QUATRIN, L. B. PIVETTA,
H. M. F. Inclusão escolar e concepção
dos docentes: do desejo idealizado à realidade prática. Santa Maria:
Revista Educação Especial, n. 31, p. 49- 62, 2008. Disponível em: https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:rnhrYx6pgIYJ:cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/educacaoespecial/article/download/9/21+&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESgrTjvq-GpM-PvjrrPYZQ92TaKnqyjMl84TDa_lHpIIWzb3xMdj2MvliVPaWF00thuwQuAKGcUC2or2lTLuFh_rh5nfVTDsfk91TQzLd8N4id46kDjLdkm4_SMykQMRPgBPCDXq&sig=AHIEtbS5w3GBOH9ojG4iaRNcKqoGftLT2w Acesso em: 14 Abr. 2013.
STAINBACK, S. STAINBACK, W. Inclusão: Um guia para educadores. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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